As doenças na boca mais comuns que você conhecerá hoje, embora sejam geralmente evitáveis com simples hábitos, podem causar um dano permanente na sua saúde bucal.
E uma boa saúde bucal é essencial para a nossa saúde geral.
Afinal, uma boca saudável é livre de doenças, que podem causar dor, desconforto e, em alguns casos, até mesmo complicações mais graves.
Você sabia que no Brasil, por exemplo, 27% das crianças brasileiras entre 18 e 36 meses apresentam dentes de leite com cárie?
E o número ainda aumenta para 60% na faixa até 5 anos.
Os dados são da última pesquisa do projeto SB Brasil, pesquisa realizada a cada 10 anos para verificar o panorama da saúde bucal brasileira e subsidiar o planejamento do sistema público de saúde no setor.
De acordo com os seus números alarmantes, é possível construir uma perspectiva de como as doenças bucais ainda afetam nossa população.
Por isso, neste artigo da Thiesen Odontologia, abordaremos sobre as doenças na boca mais comuns, explicando o que são, quais as suas causas e como prevenir ou tratá-las.
Continue conosco para entender!
Cárie
A cárie dentária é a primeira dentre as doenças de boca mais comuns.
Nessa condição, os tecidos calcificados do dente, como o esmalte, a dentina e o cemento, são destruídos devido à ação de ácidos produzidos por bactérias presentes na boca.
Dentre elas, destaca-se a Streptococcus, naturalmente presente na nossa cavidade bucal.
A cárie dentária ocorre devido à interação entre quatro fatores principais: a presença de bactérias produtoras de ácidos, consumo de açúcar, falta de higiene bucal e tempo.
A primeira etapa do processo de formação da cárie é a formação de uma placa bacteriana nos dentes.
Essa placa é uma película pegajosa e incolor composta por resíduos de alimentos e bactérias.
Quando consumimos alimentos ricos em açúcares e carboidratos, as bactérias da placa bacteriana metabolizam esses açúcares e produzem ácidos em grandes quantidades.
Por consequência, esses ácidos são capazes de desmineralizar os tecidos dentários, ou seja, enfraquecer e dissolver os minerais do esmalte, dentina e cemento.
Se a higiene bucal adequada não for realizada, a placa bacteriana permanecerá sobre os dentes por um longo período de tempo e os ácidos produzidos pelas bactérias continuarão a desmineralizar os tecidos dentários.
Com o tempo, essa desmineralização progressiva pode levar à formação de uma cavidade (buraquinho) na superfície do dente e, caso não seja feito nenhum tratamento, será necessário tratar o canal ou mesmo extrair o dente.
Felizmente, prevenir a cárie é possível através de hábitos saudáveis. Já o seu tratamento varia, de acordo com a fase em que se encontra a profundidade da lesão cariosa nos dentes.
Quanto mais cedo, mais facilmente reversível será, e maiores as chances de preservar o dente.
Confira abaixo como evitar a cárie, a número 1 das doenças na boca mais comuns, e garantir a sua saúde bucal!
- Fazer a higienização dos dentes pelo menos três vezes ao dia com creme dental com flúor, ou sempre após cada refeição;
- Passar fio dental pelo menos uma vez ao dia;
- Evitar alimentos com açúcar;
- Fazer visitas regulares ao dentista.
Gengivite
A gengivite é uma doença bucal caracterizada pela inflamação da gengiva, que pode resultar em vermelhidão, inchaço e sangramento ao escovar os dentes, usar fio dental ou morder alimentos duros.
A principal causa da gengivite é a formação da placa bacteriana, uma camada de bactérias que se desenvolve ao redor e entre os dentes.
Essas bactérias liberam toxinas que irritam a gengiva, levando à inflamação.
Além do acúmulo de placa bacteriana, outros fatores podem contribuir para o desenvolvimento da gengivite.
O tabagismo, por exemplo, reduz o fluxo sanguíneo e nutrientes na gengiva, tornando-a mais suscetível a infecções.
Por outro lado, certas doenças sistêmicas, como diabetes, podem enfraquecer o sistema imunológico e aumentar o risco de gengivite.
Contudo, mesmo que seja uma das doenças na boca mais comuns, evitar a gengivite é mais fácil do que você imagina.
Para prevenir a gengivite, é importante adotar os seguintes cuidados:
- Escove os dentes pelo menos três vezes ao dia, utilizando uma escova de cerdas macias e creme dental com flúor.
- Use fio dental diariamente para limpar entre os dentes, removendo os resíduos alimentares e a placa bacteriana.
- Faça uso de enxaguante bucal sem álcool, que pode ajudar a reduzir as bactérias na boca.
- Mantenha uma alimentação equilibrada, evitando excesso de açúcar e alimentos fermentáveis.
- Evite fumar e consumir bebidas alcoólicas em excesso, pois estes são fatores de risco para a gengivite.
- Realize visitas regulares ao dentista para realizar a limpeza profissional e acompanhamento odontológico.
Afta
A afta, também conhecida como úlcera aftosa, é uma lesão que ocorre na mucosa da boca, incluindo a gengiva, a língua, o lábio e a parte interna das bochechas.
Essas feridas geralmente têm uma aparência ovalada ou arredondada, com uma borda avermelhada e um centro amarelado ou branco.
Elas podem ser bastante dolorosas e causar desconforto durante a alimentação e a fala, sendo uma das doenças na boca mais comuns.
As causas exatas das aftas ainda não são totalmente compreendidas, mas diversos fatores podem contribuir para o seu aparecimento.
Alguns dos principais fatores envolvidos incluem:
- Hormônios: aftas podem ser desencadeadas por alterações hormonais, especialmente em mulheres durante o ciclo menstrual;
- Estresse: situações de estresse emocional ou físico podem aumentar a suscetibilidade às aftas;
- Traumas orais: morder acidentalmente a língua, bochecha ou lábios, uso de escovas de dentes com cerdas muito firmes ou alimentos duros podem ferir a mucosa e desencadear a formação de aftas;
- Infecções: infecções bacterianas, virais ou fúngicas podem contribuir para o seu surgimento;
- Problemas imunológicos: pessoas com sistema imunológico enfraquecido ou condições autoimunes têm maior propensão a desenvolver aftas.
Embora a prevenção completa das aftas seja difícil, algumas medidas podem ajudar a minimizar sua ocorrência.
Aqui estão algumas ações que podem ajudar:
- Manter uma boa higiene bucal: escovar os dentes adequadamente, usar fio dental diariamente e enxaguante bucal podem ajudar a reduzir a chance de desenvolver aftas;
- Evitar alimentos irritantes: alimentos ácidos, picantes ou crocantes podem provocar irritação na mucosa da boca, aumentando o risco de aftas. Evite alimentos que você suspeita serem desencadeadores em seu caso;
- Reduzir o estresse: aprender técnicas de relaxamento, como meditação, exercícios físicos ou atividades prazerosas, pode ajudar a diminuir o estresse emocional e prevenir o surgimento de aftas relacionadas ao estresse;
- Cuidado com o uso de produtos bucais: alguns produtos de higiene bucal, como enxaguantes bucais que contêm álcool ou ingredientes irritantes, podem desencadear aftas em algumas pessoas. Opte por produtos suaves;
- Evitar traumas orais: tenha cuidado ao comer, escovar os dentes e falar para evitar lesões na boca que podem resultar no surgimento de aftas. Evite morder objetos duros.
Periodontite
A Periodontite é uma doença inflamatória crônica que afeta os tecidos de suporte dos dentes, incluindo as gengivas e o osso alveolar.
Ela é uma condição avançada da gengivite, que ocorre quando a inflamação na gengiva não é tratada adequadamente.
Por consequência, permite que a infecção se estenda para além da gengiva e afete os ossos e demais estruturas de suporte dos dentes.
Infelizmente, essa condição está na lista de doenças na boca mais comuns.
As causas da Periodontite são multifatoriais e incluem:
- Acúmulo de placa bacteriana: a placa bacteriana, uma película pegajosa composta por bactérias, açúcares e restos de alimentos, se acumula nos dentes e ao redor da linha da gengiva. Se não removida adequadamente pela escovação e uso de fio dental, a placa pode se transformar em um depósito endurecido chamado tártaro (ou cálculo dentário), que é um ambiente propício para o crescimento bacteriano e agravamento da inflamação;
- Higiene bucal inadequada: uma higiene bucal ineficiente, incluindo escovação irregular, uso inadequado do fio dental e falta de uso de antissépticos bucais, aumenta o risco de desenvolver Periodontite. A placa bacteriana tem a oportunidade de se acumular e se transformar em tártaro quando a higiene bucal não é realizada corretamente;
- Fatores de risco individuais: certos fatores tornam algumas pessoas mais suscetíveis à Periodontite. Isso inclui predisposição genética, condições sistêmicas como diabetes e doenças imunossupressoras, bem como fatores comportamentais como tabagismo e estresse.
Prevenir a Periodontite é crucial para manter a saúde bucal.
Confira a seguir algumas estratégias eficazes de prevenção:
- Manter uma higiene bucal adequada: escovar os dentes pelo menos três vezes ao dia, usando uma escova de cerdas macias e creme dental com flúor. A escovação deve ser realizada em movimentos circulares, procurando atingir todas as superfícies dos dentes. Além disso, o uso de fio dental deve ser feito diariamente para remover a placa bacteriana entre os dentes e ao longo da linha da gengiva;
- Realizar limpezas profissionais regulares: visitar o dentista pelo menos a cada seis meses para uma limpeza profissional é importante para remover o tártaro e a placa bacteriana que não podem ser removidos apenas com a escovação regular. O dentista também poderá avaliar a saúde da gengiva, identificar sinais precoces de inflamação e fornecer orientações adicionais sobre higiene bucal adequada;
- Adotar estilo de vida saudável: parar de fumar ou evitar o tabagismo é fundamental para prevenir a Periodontite, pois o tabaco aumenta significativamente o risco e agrava a condição. Além disso, uma dieta equilibrada e o controle de doenças crônicas, como diabetes, podem contribuir para a saúde bucal geral;
- Identificar e tratar precocemente a gengivite: a gengivite é uma forma inicial de inflamação das gengivas que pode progredir para a Periodontite se não for tratada. É importante ficar atento a sinais de gengivas vermelhas, inchadas, sensíveis ou que sangram durante a escovação, e buscar tratamento odontológico imediatamente para reverter a condição.
Candidíase
A Candidíase é uma infecção causada pelo fungo Candida albicans.
Embora seja uma das doenças na boca mais comuns, afetando portanto a cavidade bucal, a candidíase também atinge os órgãos genitais, a pele e o trato gastrointestinal.
As principais causas incluem desequilíbrio na flora bacteriana, sistema imunológico enfraquecido, uso de antibióticos, diabetes e gravidez.
Para prevenir a candidíase, é recomendado:
- Manter uma boa higiene íntima e bucal;
- Evitar roupas apertadas e úmidas;
- Consumir uma dieta equilibrada e rica em nutrientes;
- Evitar o uso excessivo de antibióticos;
- Controlar e tratar adequadamente a diabetes;
- Evitar relações sexuais desprotegidas;
- Gerenciar o estresse e fortalecer o sistema imunológico;
- Evitar o uso prolongado de antifúngicos.
Herpes labial
A herpes labial é uma doença causada pelo vírus da herpes simples, que se manifesta através do surgimento de bolhas ao redor da boca.
Dentre as suas principais causas estão a exposição ao vírus, estresse, baixa imunidade e mudanças hormonais.
Para prevenir a herpes labial, segue algumas medidas:
- Evitar o contato próximo com pessoas infectadas;
- Não compartilhar objetos pessoais, como toalhas e utensílios;
- Praticar uma boa higiene bucal;
- Evitar exposição solar excessiva e utilizar protetor labial;
- Manter um estilo de vida saudável, com uma dieta equilibrada e controle do estresse;
- Utilizar preservativos durante as relações sexuais para prevenir a herpes genital.
Hoje você conheceu as principais doenças na boca mais comuns, suas causas e, ainda mais importante, como preveni-las.
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Responsável técnico pelo artigo: Guilherme Thiesen CRO-SC 6117, Pós-Doutor em Ortodontia, certificado pelo Board Brasileiro de Ortodontia – BBO e palestrante internacional Invisalign.